lunes, 29 de septiembre de 2008

IGREJA SERVE PRA ALGUMA COISA

Meus dias de sorte já há muito tempo se acabaram. Já fazia um tempo toda a alegria que eu tinha me era proporcionado pelos meus amigos, e isso já estava me irritando, e imagino que a eles também. E quando eles disserem “chega” aí sim eu estarei fodido.
Mas a vida não é só lamentos. Porém, justo quando eu estava realmente disposto a conseguir um emprego eu acabei quebrando meu dedo numa queda vertiginosa a 100 Km/h na frente do pior bilhar da região. Se eu estava bêbado? Que pergunta mais retórica. Levei 3 pontos na mão depois de tomar um porre homérico numa festa à fantasia; as chagas de Cristo apareceram nos meus dois joelhos voltando pra casa com meus amigos (só me lembro de quando chegar em casa ter olhado pros meus joelhos e me perguntado “como diabos isso foi parar aí?”); num natal tentei atropelar um carro, e não precisa ser gênio pra saber quem levou a pior; e por aí vai...
Então mais uma vez machucado minhas chances de conseguir um emprego estavam indo latrina abaixo. Até parecia que deus não queria que eu trabalhasse. Será? De qualquer jeito eu iria utilizar meu salário pra gastar em cerveja e em motel com uma mina que apareceu na minha vida, mas de qualquer forma ela, como todas as outras, acabou me chutando pelo mesmo motivo. Ah, que se foda essas vacas! Eu iria gastar tudo em cerveja e puteiros.
E lá estava eu e meu amigo no centro num dia de semana vadiando, e quando sobrava uns trocados íamos no fliperama. Eu sei, eu sei... Nada muito digno, mas quem pensa em dignidade quando está desempregado?
Estávamos passando na praça das flores, é ali na João Mendes, atrás da catedral da Sé, bem no meio da cidade, você sabe muito bem onde fica. Foi lá que eu a vi. A mesma mulher que eu havia visto quando eu tinha 15 anos e ainda povoa meus sonhos masturbatórios. Claro que se você sabe onde isso fica nem preciso dizer que era uma puta. Sempre fui afim daquela puta desde a primeira vez que a vi. Passados quase uma década estava na hora de realizar meus sonhos.
- Cara, vou comer aquela puta hoje – disse.
- Ela é muito gostosa.
- É sim. Vai ser hoje.
- Quanto será o esquema?
- R$ 40,00. Já perguntei uma vez.
- E onde que é?
- Tem um motel ali do lado que elas vão, mas é foda, sempre vi gente entrando, mas nunca vi ninguém saindo de lá.
- Aqui no centro é foda. Nunca se sabe.
- Eu é que não quero saber.
- E como você vai fazer?
- Não sei, você fica me esperando, sei lá.
- Mesmo assim é foda.
- É, eu sei. Vamos beber mais um pouco pra eu criar coragem. Beber deixa qualquer um corajoso.
Paramos num bar e começamos a beber. Hoje não teria fliperama.
Eu tinha exatamente R$ 50,00 que havia juntado sendo o pagador oficial de contas em casa e sempre sobrava alguma coisa (igual quando se tem 9 anos e sua mãe te manda comprar o pão e diz pra você ficar com o troco. É, eu sei, é vergonhoso, mas quando se está sem sorte e debilitado não há muito que se fazer) e como a fila de deficientes era menor, eu levava alguma vantagem. Sempre achei que aquela era a minha fila de qualquer jeito.
Quando os dez reais pras bebidas (cerveja e 51) haviam acabado eu já estava pronto pra atacar. Falei pro meu amigo me esperar e lá fui eu.
- Olá, moça.
- Oi, gatinho. Afim de fazer um programa gostoso hoje?
- Claro que estou. Eu passo aqui desde meus 15 anos e você sempre pisca pra mim.
- Eu pisco pra todo mundo.
- Mas eu prefiro pensar que você só pisca pra mim. A primeira vez eu não sabia o que você era, mas depois que eu descobri não fez a menor diferença. Você continua loira, bonita e gostosa.
- Que bom pra mim, não?
- Bom pra metade dos freqüentadores do centro também.
- Então, gatinho, o programa custa R$ 50,00.
- Como assim? Não era 40?
- Quando foi a última vez que você perguntou?
- Há nove anos atrás.
- Bem, isso explica muita coisa.
- Droga! Eu gastei 10 com bebidas.
- Então arranja mais dez e vamos pro motel.
- De qualquer jeito não gosto da idéia de ir nesse motel. Coisa minha.
- Então não tem jeito.
- Não, espera aí. Eu sonho com você já faz muito tempo. Faz essa pra mim.
- Não dá. O motel fica com a parte dele.
Pensando... Nossa que grande idéia! Bêbado sempre se pensa melhor.
- Você é religiosa? – pergunto.
- Não. – fazendo uma cara estranha.
- Acredita em deus?
- Não com essa vida. – com toda razão.
- A gente poderia ir ali na igreja...
- Tá maluco? Na catedral?
- Claro que não. Tem aquela igrejinha ali do lado (e tem mesmo). Lá é sempre vazio. Ainda mais essa hora.
Se ela aceitasse deus existe e confirma minha teoria que ele tem um senso de humor bizarro.
- Tá bom. Mas é só pra você. Assim eu ainda pego a grana toda pra mim. Mas e se pegarem a gente?
- Ninguém vai pegar a gente. Confie em mim (muitos já fizeram isso com conseqüências desastrosas).
Que bom que ela não estava se vestindo como uma puta, apenas como uma mulher, no máximo, extravagante. Só para que os homens torcessem os pescoço pra ver a parte traseira. Que era generosa.
Ela foi na frente e eu fui atrás sem perdê-la de vista. Como previsto a igreja estava às moscas. Ela foi pro banheiro feminino e eu esperei do lado de fora. Esperei um pouco e ela abriu a porta e entrei.
- Olha, só não vai dar pra demorar muito por motivos óbvios. Se nos pegarem a gente se ferra bonito.
- Sem problemas.
O que é um céu sem um pouco de inferno, pensei.
Entramos no reservado que estava mais afastado e que estava divinamente limpo. Esse pessoal faz um bom trabalho.
- Me paga agora.
- Com todo prazer.
Daí então começou. Ela abaixou minhas calças e começou a trabalhar.
- Puta merda! É isso aí.
Puxei um peito dela pra fora.
Ela me olhando lá debaixo com aquela carinha de safada. Eu pegando naquele peitão dentro de uma igreja. Jesus! Me esforcei pra não gozar.
Ela abaixou a calcinha, virou de costas, arrebitou aquele traseiro imenso, colocou a mão na parede e disse as tão sonhadas palavras:
- Mete gostoso.
E eu meti. Por deus, eu estava no paraíso. Colocando e tirando, colocando e tirando. Isso é bom demais. Quando estava pra gozar alguém entrou no banheiro. Tapei a boca dela e fiquei parado. A vagabunda continuava a se mexer, mas bem devagar agora.
A mulher entrou no reservado e eu pensei “por favor, deus, que ela não vá cagar”. A puta parecia estar gostando da coisa toda.
Menos de dois minutos depois estávamos sozinhos de novo. Minhas preces foram atendidas. Obrigado deus!
- Isso tá me dando um puta dum tesão, sabia?
- Sabia sim.
Daí comecei a meter com força de novo naquele buraco quente e molhado. Demorei um pouco e gozei. A melhor gozada da minha vida.
- Meu deus! Isso foi muito bom.
- Eu nem consigo me mexer.
- Gostei de você. Na próxima vez a gente repete isso.
- Na próxima vez a gente acha outra igreja, ou sinagoga, ou qualquer outra coisa.
Ela me deu um beijo e saiu.
Eu estava em êxtase e pensei em desrespeitar a casa do senhor mais um pouco. Pensei em acender um cigarro, mas sei que não é bom abusar da paciência do divino. Hoje ele já tinha dado a minha cota. Quando estava procurando meus cigarros achei uma moeda de um real. Saí de lá e depositei na caixinha de doações. Aquilo era tudo o que eu podia fazer pela igreja e aquilo foi tudo o que ela pôde fazer por mim. Nada mal. Dei uma piscadinha pra Jesus lá morto na cruz e tenho certeza que ele piscou de volta.
Ao sair da igreja meu amigo estava me esperando no bar.
- Caralho, cara, onde você estava?
- Comi a puta dentro da igreja.
- Você tem merda na cabeça.
- E quem não tem?

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