martes, 30 de septiembre de 2008

MULHER É TUDO A MESMA COISA

Era uma noite fria como todas as outras. Depois de passar a maior parte da noite na casa do meu amigo fumando maconha, decidimos que seria bom emendar para outro lugar. O bar mais próximo, no caso. Mas não era o tipo de bar que eu estava acostumado com mesas de bilhar, bebidas baratas e pessoas realmente bêbadas – esse lugar era pra pessoas civilizadas. Grande merda. Desde que eu não pagasse...
Então lá fomos nós – eu, uma amiga (que posteriormente se tornaria minha chefe num dos trabalhos mais idiotas da minha vida, e pelo que tudo indicava estava interessada em mim) e a amiga dela. Fomos a pé até o lugar. Nada de mais foi dito no caminho, até porque elas não sabiam falar a minha língua, e eu estava aprendendo a delas. Mas bêbados falam numa língua universal.
Chegamos. Que lugarzinho mais estranho. Definitivamente não é meu tipo de lugar.
- O que vocês vão beber?
- Cerveja pra mim. – eu digo.
- Pra mim também.
- Eu vou querer um suco.
- Suco? Mas quem caralhos toma suco num lugar desses às duas da manhã? – esse foi eu pensando.
- Estou de dieta.
Deveria mesmo. Vê se cria vergonha e perde uns quilos pra entrar no padrão boi de qualidade. Isso foi o que eu gostaria de ter dito. Ao invés disso eu disse:
- Pára de frescura e toma uma cerveja com a gente.
- Cerveja eu não tomo, mas tomo uma dose de tequila se vocês quiserem.
- É claro que eu quero!
Pedimos. O garçom trouxe e disse:
- Tem que pagar agora.
Faço uma mesura exagerada para pagar minha carteira.
- Pode deixar que a gente paga essa.
- É, quando você estiver trabalhando você compra alguma coisa pra gente.
- Claro. – Mal sabia ela...
Depois disso vieram mais tequila e mais cerveja e elas continuaram pagando, e eu bebendo. Comecei a ficar bêbado.
- Peraí que eu vou ao banheiro.
Essas coisas são programadas nos mais sutis dos detalhes por forças superiores, porque quando eu abri a porta do banheiro o vômito subiu e tudo foi despejado no seu devido lugar: um pouco na privada, um pouco no chão e mais um pouco no meu tênis. Por sorte nada na minha calça. Respiro fundo, saio e me olho no espelho. Que bom, não pareço tão bêbado como realmente estou. Assim é melhor porque acaba vindo mais cerveja. Bebo doses cavalares de água pra tirar o gosto de esgoto da boca e volto pra mesa. Mais cerveja.
Quando a coisa estava ficando boa alguém anuncia:
- O bar já está fechando.
- Pra onde vamos agora?
- Eu não quero voltar pra casa.
- Agora que está ficando bom.
- Vamos pra outro bar então.
Eba!
Foi só atravessar a rua.
Droga, acabaram meus cigarros!, penso comigo mesmo.
- Droga, acabaram meus cigarros!
- Eu compro pra você.
Assim é fácil demais.
O bar que entramos era ainda pior. Tinha uma pista de dança. Homens machões não dançam. Por sorte pegamos uma mesa mais afastada.
Chegou mais cerveja. A essa hora eu nem fazia mais questão de fingir pegar minha carteira.
- Vamos dançar?- minha futura chefe me pergunta.
Você só pode estar zuando com a minha cara.
- Eu não danço.
- Por favor.
- Ok.
Eu realmente me esforcei pra dançar direito. Tentei me lembrar do Sidney Magal dançando num programa qualquer de Domingo, mas falhei miseravelmente.
- Meu deus! Você não sabe dançar?
- Deu pra perceber?
- Mas você é brasileiro.
- Eu também não sei jogar futebol.
Desisti. É melhor eu me concentrar na cerveja.
A outra me diz:
- Agora você vai dançar comigo.
Bem, um pouco mais de humilhação pública nunca fez mal a ninguém bêbado.
Elas riram de novo.
Já era de manhã quando o lugar fechou.
- Você tem dinheiro pra condução?
Agora eu estava a disposto a realmente não gastar nada.
- Hum... Bem...
- Toma. Pra você pegar o ônibus.
E assim elas se despediram de mim.
Aconteceu que naquela noite eu bebi demais (o que não é nenhuma novidade), mas elas realmente estavam esperando alguma coisa de mim. Eu só pude dar o meu tempo pra elas. Alguns dias depois eu acabei dando bem mais do que isso. Mas foi uma boa noite, pra mim.
Peguei o ônibus, dormi, acordei, desci, dei uma mijada na rua, toquei algumas companhias a esmo e fui comprar um alfajor, que naquela cidade era uma das poucas coisas boas que ela tinha pra oferecer.

1 comentario:

Anónimo dijo...

Boi, até parece que você não é o cara que bebeu o "Colibri" do Ibra!
Zente, aquele negócio é ruim e forte pra bode e vc nem "tchum"...
Será que a sua beberrança não é psico and somática?
ahauuhaa