sábado, 26 de mayo de 2007

DA SÉRIE UMA NOITE NUM PUTEIRO DE VINTE REAIS

Mais uma noite perdida para a bebida, não que isso seja ruim de qualquer jeito.
Voltamos pra casa a pé seguindo a linha do metrô como sempre fazíamos, até chegar em casa são umas seis estação e sendo umas onze horas, ainda se viam alguns bares abertos. Decidimos pagar pedágio em cada um deles, com pinga.
Lá pela quarta estação já estamos felizes e sorridentes.
Depois de tomar mais uma (só eu dessa vez, meu amigo já desistiu) na próxima estação decidimos ir ao bingo, fazemos isso frequentemente, eu, particularmente, nunca ganhei um centavo com isso.
O nosso maior problema com bingos era que sempre íamos quando estávamos bêbados, e isso é uma merda se você quer ganhar alguma coisa. Os números a sua frente simplesmente se multiplicam.
Desistimos depois de duas ou três partidas e decidimos seguir caminho.
Um amigo nosso passa de ônibus, nos vê e desce.
- Caralho – disse ele.
- Caralho – eu disse.
- Vocês estão indo pra onde?
- Pra casa.
- Vambora então.
Existe uma avenida onde só existem travestis e putas ali perto, decidimos desviar do nosso caminho e ir pra lá. É a boa (?) e velha (!) Avenida Indianópolis.
Logo no começo tinha uma barraca que vendia bebidas e paramos lá pra conversar um pouco.
Dessa vez nós três pedimos maria-mole.
Conversa vai, conversa vem, eu e o cara que estava comigo desde o começo já começamos a ficar realmente bêbados, quando dois travestis pararam ao lado da barraca e começaram a fumar maconha.
Por que não?
- Opa, posso dar uns dois aí?
- Claro, gracinha.
Fumamos os cinco e foi o pior baseado que eu fumei, muito ruim mesmo, parecia que tinha estourado meu pulmão. Depois mais pra frente todos nós concordamos com isso.
Pra não dizer que eu sou ingrato, pago uma maria-mole pra dupla de travecos e saímos dali.
Quando passamos perto da casa do cara que chegou depois ele foi embora.
- Bicha! – nós gritamos quando ele descia a rua.
Bem, éramos ainda nós dois, eu e o cara que estava comigo desde o começo.
Chegamos à última estação, mas ainda era um bom caminho até em casa, o metrô é que tinha acabado.
Já estávamos muito loucos e não tinha nada melhor pra fazer mesmo. Fomos num puteiro.
Era uma e meia da manhã quando chegamos.
A casa sendo meio nova, estava meio vazia, fazia sentido.
Eu não agüentava ficar em pé, por isso fui me sentar em cima duma mesa de bilhar que tinha lá nos fundos. Depois de um tempo falei pro meu amigo:
- Cara, vai lá e me escolhe uma que você achar melhorzinha e vamos acabar logo com isso.
Eu apaguei.
Depois de um tempo, meu amigo voltou com duas garotas, uma pra mim e a outra pra ele.
Eu não estava em condições de ver se ela era bonita ou feia, e também não me importava muito.
Depois de nem cinco minutos de conversa fomos os dois para os respectivos quartos, que diga-se de passagem, era um do lado do outro.
- Só um minuto gatinho que eu vou lá pegar minhas coisas.
Que mania mais feia ficar chamando os outros de gatinho.
A outra que estava com meu amigo também saiu do quarto.
- Aê, seu merda – gritei.
- Aê, pinto frouxo – ele respondeu.
Enquanto esperava percebi que aquilo ali já fora antes um quarto só, e que só havia divisórias de madeira nos separando, e as divisórias não chegavam até o teto.
Em pouco tempo as duas voltaram e começamos a fazer o que pagamos pra fazer.
Não haviam mais palavras nos quartos, só gemidos.
Eu tava indo bem quando do quarto do meu amigo vieram algumas risadas.
- Você tem alguma camisinha aí com você? – perguntou a puta do meu amigo pra minha puta.
- Putz, nem tenho.
- Droga, vou ter que ir lá pegar mais uma então.
A porta se abriu e logo se fechou.
- Tá tudo bem aí, cara? – perguntei.
- Tranqüilo, continua aí.
Eu continuei.
Depois de alguns instantes eu ouço:
- Aê, bunda branca, tá indo bem.
Olhei pra trás e vi meu amigo pendurado na divisória me olhando.
- Tá gostando cara?
- Preferia que fosse comigo, mas você tá indo bem. Posso entrar aí junto?
- Nem fodendo!
Ficamos ainda falando merda até a puta dele voltar, eu não tinha nem tirado o pau daquela buceta enquanto conversávamos.
Acabou tudo bem, os dois gozaram e logo estávamos do lado de fora, na rua.
- E aí, como foi – ele começou.
- Foi do caralho, muito bom. E a sua?
- Nossa, maravilhosa.
- Estranho – notei depois de alguns passos - o céu tá meio claro, né?. Que horas são?
- Caralho cara! Já são quase cinco da manhã!
- O quê? Não pode ser.
Olhei no meu celular.
- Puta que pariu! Era uma e meia quando entramos. Pagamos por meia hora... Onde, caralhos, enfiamos as horas restantes?
- Não me pergunte cara, acho que foi na bunda daquelas putas...
Até hoje achamos que entramos em algum tipo de portal naquela noite, as horas perdidas não faziam sentido e nunca mais voltaram, igual a todas as outras horas perdidas, mas nesse caso foi diferente.
- Ainda bem que estamos perto de casa.
- Só.

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