sábado, 26 de mayo de 2007

LOVE STORY SEM MUITO AMOR

Sempre fui um grande fã do Love (a casa de todas as casas) e sempre que meu dinheiro permitia eu passava por lá. Era um ótimo lugar para se conseguir mulheres, isso se você não se importar de que 98% das mulheres de lá são putas ou travecos (em menor parte) e os outros 2% são de mulheres que não fazem idéia do lugar que é o Love. Com muita, mas muita sorte mesmo, você acaba saindo com a grande minoria de mulheres do lugar que talvez ache que você é um cara legal e não apenas alguém procurando basicamente sexo, eu, por exemplo, nunca consegui isso. Mas que a verdade seja dita: Todos vão ao Love procurando por sexo, a diferença é que muitas lá cobram por isso.
O Mike Tyson foi preso lá. Até ele sabia das coisas.
Já estava sem mulher fazia um tempo e precisava de alguma coisa que fosse rápido e fácil, sem muitas complicações, e nessas situações só dois lugares me vêem à cabeça: puteiros ou Love. Alguma coisa me dizia que a segunda opção, apesar de não ser muito garantida, seria a melhor escolha.
Me encontrei com um amigo e fomos primeiro dar um pulo numa praça da conceição pra fumar. Maconha é sempre bem-vinda, não importa a ocasião.
Acho que o maior problema da maconha é que ela acaba te deixando meio lerdo, o que é péssimo para um sábado de noite numa cidade como essa. Eu só percebi que três caras vinham em nossa direção quando eles estavam quase em cima da gente. Todo o efeito passou numa velocidade superada só pela da luz. A mão já se encontrava fechada quando o primeiro deles falou:
- Opa.
- Opa.
- A gente não tá aqui pra atrasar o lado de ninguém, tá todo mundo na paz.
- Sem problema.
Os três nos cumprimentaram e se sentaram mais ao lado para cheirar sua lata cheia de cola que continham loucuras pouco conhecidas por mim. Cada um na sua, imagino.
Fomos embora quando só havia uma ponta, que decidimos deixar para mais tarde. Nos despedimos e saímos antes que o metrô fechasse.
- Esses caras saíram do chão. Nem vi eles chegando.
- Eu não duvido. Pelo menos eles foram de boa.
A primeira parada foi num boteco do centro onde bebemos e comemos um pouco, depois sem mais problemas chegamos ao Love.
Antes de entrar eu bebi na porta um copo cheio de uma tal de 61 que quase me fez vomitar. Depois com mais uma dose de conhaque eu estava pronto pra entrar.
O grande problema daquele lugar, na minha opinião, é que sempre tem caras maiores do que eu, e nesse dia foi difícil encontrar alguém que fosse menor. Maldição! Assim a concorrência fica desleal num lugar onde tudo o que importa é a grana da sua carteira e sua aparência. Quanto mais molas seu tênis tiver, melhor. Só que meu all star já estava com furos na sola.
O lance é beber pra ver se você se arrisca com as feias, ou com muita sorte alguma das bonitas bebeu tanto quanto você pra te achar um cara tão musculoso quanto os outros.
A bebida já estava começando a destruir meu estômago.
- Hey, Gu. Vamos lá fora fumar um?
- Demorou!
Aqueles lados do centro estavam complicados. Polícia pra todos os lados. Fomos em direção à Praça da República e fumamos um escondidos perto de uns orelhões. Por precaução meu amigo escondeu o que ainda tinha de maconha dentro de um vazo com uma planta.
- Aí, se não voltarmos juntos um dos dois tem que passar aqui e pegar o bagulho.
- Ok!
Voltamos pra dentro.
Mesmo depois de horas ninguém naquele lugar me achava simpático. A situação já estava se complicando.
Acho que meu amigo estava achando o mesmo, porque ele saiu fora cedo. O lance era arriscar com as feias. Depois de mais algumas doses meus problemas com a aparência alheia estaria resolvido. Com sorte as mulheres de lá fariam o mesmo e talvez eu acabasse a noite sendo bonito pra alguém, no mínimo simpático.
Meu amigo deveria ter ficado um pouco mais, porque logo depois uma loira muito gostosa subiu no palco de saia e arrancou a calcinha no meio de uma platéia de meia dúzia de caras com a boca aberta. Nossa, que gostosa! De onde eu conhecia essa loira?...
Claro que ela fazia parte das mulheres que cobravam uma boa quantia pra comê-las. Quando eu me atrevi a passar a mão nela ela me deu um chute que por pouco não pega na minha cara e ainda disse que eu faria o que quisesse com ela por R$ 200,00. Tá maluca! Ninguém ali se atreveu a chegar muito perto depois dessa, mesmo depois que ela tirou a blusa.
Um cara passou a mão na perna dela e quase levou um chute na cara também. A diferença é que na hora que ela ia chutar ele mostrou a carteira de policial o que fez ela mudar de idéia na hora certa. Ele mandou ela descer. Pela cara das pessoas em volta eu senti que se ela descesse a maioria das pessoas ali teria um bom motivo pra espancar o policial; ela percebendo a mesma coisa continuou dançando, o policial também percebeu e se mandou.
Lembrei da onde eu conhecia aquela loira! Era do melhor puteiro que eu raramente freqüentava. Vadia! Eu poderia tê-la comido por R$ 70,00 e agora ela me cobrava R$ 200,00. Pelo menos ali estava cheio de idiotas que pagariam o preço que ela pedisse. Como daquela moita não iria sair coelho decidi que era hora de encarar as muito feias do lugar.
Saí e tomei mais duas doses de conhaque.
Dei sorte logo na primeira. Além de ser muito feia ela estava muito bêbada, o que poderia me ajudar se eu quisesse me dar bem por ali.
Joguei ela no canto e parti pro tudo ou nada. Se não fosse com ela duvido que fosse com outra, o lugar já estava esvaziando.
Ela colocou a mão dentro da minha calça e eu saquei um peito dela pra fora.
- Hum... É dessa rola que eu estava precisando essa noite.
- Então achou, baby – falei com a boca meio cheia.
- Me leva pra casa?
Só se for de ônibus, pensei.
- Tem um motel aqui do lado – sugeri.
- Não, eu quero que me leve pra casa!
- Onde você mora?
- Em moema.
Do mesmo jeito que dois mais dois não são cinco, aquela mina não morava em moema.
- Eu prefiro te levar pro motel aqui do lado.
- Eu só vou te dar se for na minha casa.
Na minha casa é que não iria ser.
Depois de algum tempo eu desisti dela também. Droga! Não encontrei nenhuma foda naquele lugar.
Já que ela não iria dar pra mim o melhor era ir embora e ver se a paranga ainda continuava por lá.
Passei em frente a um estacionamento e vi a loira sem calcinha sendo acompanhada por um playboy que mal conseguia ficar em pé, provavelmente por causa da bebida. Achei engraçado. Alguém ali iria se dar mal e não seria a puta.
Claro que com o meu senso de direção ridículo eu demorei um pouco pra achar o exato lugar onde meu amigo escondeu. Na verdade depois quando eu achei o lugar vi que a paranga não estava mais lá. Com sorte meu amigo passou lá antes e pegou. Mas vejam só! O que temos aqui?! Minha nossa! É o que eu estou pensando? Era branco como eu imagino que a neve deveria ser. Coloquei um pouco na boca e constatei maravilhado que era cocaína. Coloquei no bolso e saí em direção ao metrô. Quem deixou aquilo ali deve ter um ódio mortal por mim. Azar o dele, eu acho ele máximo.
Dois dias depois ainda me falaram que aquilo ali era farinha da boa e que tinha mais de R$ 100,00 ali em coca. Coca da boa. Minha noite não foi de toda perdida. Mas a de alguém foi.

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