Lá estava eu de novo com um copo na mão nessa grande luta contra a vida. Pelo menos o copo já meio vazio coisa que me ajudou a encarar as coisas de uma maneira muito mais interessante.
Acabei meu copo e fui até o bar enchê-lo de novo. Ôh lugarzinho mais besta esse que eu fui me meter. Vivo fazendo essa merda e vivo me desprezando depois. Mas a idéia de beber de grátis sempre me agradou.
Como eu fui lá pra beber acabei me concentrando só nisso, depois de umas cinco doses eu já não tava achando mais o lugar e as pessoas tão bestas assim, eles estavam quase simpáticos.
Eu até que estava me sentindo bem, e pensava se no final do dia (quando já estivesse na minha cama) eu poderia dizer que esse foi um dia ganho. Mais um round que eu coloquei a vida na lona e consegui um pouco mais de tempo.
Foi então que vi a morena...
Foi então que vi a morena, e impulsionado pela bebida pré-ingerida fui lá falar com ela.
Confesso que não foi nada difícil, é aquele papinho estupidamente besta que funciona quando a outra pessoa está afim. E acho que também não sou tanto de se jogar fora, eu me acho um verdadeiro lixo, mas muita gente me acha simpático (coisa de gordinho) e algumas vezes até bonito; algumas mulheres até já se apaixonaram por mim, vai saber...
Verdade seja dita, a coisa funcionou também pelo fato da morena (que não consegui guardar o nome) estar tão bêbada quanto eu.
A coisa toda começou a esquentar quando soltei o bom e velho “vamos pra um lugar mais calmo?”. “Claro” ela disse.
Tem dias que Deus sorri pra você.
- Mas espera um pouco que eu tenho que falar com a minha irmã – disse ela.
- Vai lá – concordei.
Esperei alguns minutos e quando ela voltou, fiquei surpreso pelo fato de que a irmã ser igual a ela. Poxa! Eram gêmeas! E a outra estava, pelo visto, mais bêbada que a primeira.
“Será que rola?...” pensei comigo mesmo.
- Será que rola o quê? – perguntou a morena.
Pensei alto demais.
- Olha – disse a primeira morena – minha irmã tá muito bêbada e eu não vou deixá-la sozinha aqui. Acho que ela vai ter que ir pro Motel com a gente.
- Não tem nenhum problema – eu disse com o sorriso mais malicioso da minha vida.
Ela sacou o sorriso.
- No que você tá pensando, hein? – perguntou ela.
- Nada de mais, nada de mais...
Tem dias que Deus sorri pra você e diz: Vai que é sua garoto!
Fomos ao Motel...
Fomos ao Motel e... bem, acho que não preciso escrever aqui o que aconteceu lá, porque creio eu que você, ser inteligente, já conseguiu imaginar tudo.
Hum... melhor não. É melhor eu escrever o que aconteceu mesmo, porque você deve estar imaginando a coisa toda errada, bem, nem toda.
Fomos ao Motel e as duas se jogaram na cama e começaram a tirar a roupa, e quando chegou a minha vez de se jogar na cama também a morena disse:
- Onde você pensa que vai? A gente falou que viríamos pro Motel com você, mas não necessariamente transaríamos com você.
- Mas...
- Mas nada. A gente pagou boa parte do Motel também.
- Mas... – eu não conseguia falar mais do que isso.
- Mas nada. Você pode ficar aí e olhar, e se a gente quiser você pode entrar.
Tem dias que Deus além de sorrir pra você, diz no tom mais irônico do mundo: Você pode ver, mas não tocar.
Por isso que eu deixei de acreditar nele faz tempo...
Bem, era melhor do que nada. “A gente se contenta com os restos que a vida deixa pra gente...” acho que alguém já disse isso, caso contrário a frase é minha mesmo, mas nesse caso, eu consegui roubar um pouco mais do que isso.
No geral foi muito proveitoso da minha parte ficar lá olhando aquilo tudo. É arquivo mental pra muitas e muitas punhetas que virão. É claro que elas não me chamaram pra participar, mesmo eu tendo insistido mais de uma vez.
Voltei pra casa muito mais tarde naquele mesmo dia, e antes de dormir decidi que aquele foi um bom dia.
Nunca mais nos encontramos, mesmo eu voltando lá algumas vezes depois e saindo de lá apenas com um copo de bebida barata e esperanças quebradas.
Tem dias que a coisa toda acaba dando certo, mas são muito poucos. Não se pode ganhar simplesmente todas, mas as poucas que a vida te deixa ganhar é bom que você dê valor, porque você nunca saberá quando será a próxima.
sábado, 26 de mayo de 2007
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